No dia da minha prisão, quando os policiais chegaram e me abordaram, eu estava dentro do cartório de notas de Taguatinga, quando de repente três policiais chegaram e me deram voz de prisão, dizendo que iriam me algemar para a minha própria segurança, e me perguntaram se eu tinha um casaco para colocar por cima das algemas e não mostrar que eu estava sendo algemado. Logo em seguida, eu fui encaminhado para a DPE Departamento de Polícia Especializada de Brasília. Ao chegar no departamento de polícia, o delegado já estava aguardando com o celular nas mãos, filmando toda a minha chegada, como a conquista de um troféu para a carreira dele. Já lá dentro em sua sala, ele me disse que eu estava sendo preso, por quebra de medida judicial. Eu expliquei que não quebrei a medida, ele prontamente mostrou um vídeo que falavam de mim e do meu banco, ele afirmava que eu tinha autorizado aquelas postagens, afirmei categoricamente que não tinha sido eu, e ele em um tom de deboche me disse que agora eu estava à disposição da justiça, e que o juiz decidiria o meu destino. Eu respondi para o delegado que tudo seria provado e que os advogados já estavam trabalhando nisso. O delegado acenou com a cabeça e disse que assim esperava, me deixou ali na sala por mais alguns minutos, e então fui encaminhado para o IML, para fazer o exame de corpo de delito. Em seguida, me levaram para outro departamento onde eu tirei os sapatos, o cinto, o chapéu, os óculos, o relógio, todos os meus pertences e me levaram para fazer uma ficha. Tirei umas fotos, colheram as minhas digitais e a partir daquele momento eu estava registrado no sistema prisional do Brasil. Entrei em uma cela que não tinha ninguém, uma solidão enorme, uma hora depois chegaram três presos que ficaram comigo. Depois me tiraram juntamente com os outros três presos, para ficarmos junto com mais 26 presos na cela ao lado. Uma situação desumana que acontece todos os dias dentro do sistema prisional. Entendi que estava preso, por isso eu precisava prestar atenção em tudo o que acontecia lá dentro da prisão. Pois, Deus estava me dando a oportunidade de conviver com pessoas que eu nunca tinha convivido antes, e nisso com certeza havia um propósito. Logo que entendi isso, parei e comecei a filtrar tudo o que acontecia ao meu redor, pois o Escolhido não tem escolha, e isso estava bem claro na minha mente. A partir daquele instante, passei a viver a maior e mais difícil experiência da minha vida. Comecei a sentir que os dias foram apagados da minha mente, tive sentimentos de abandono e momentos de angústia que me sufocaram. Encarei muitas humilhações, porém sempre com a certeza de que os humilhados serão exaltados. Depois que tudo isso aconteceu na minha vida, olhei para trás e pensei: “Meu Deus, como eu fui parar nesse lugar”? Depois que tudo passou, é que parei para pensar e ver que mesmo assim, valeu a pena. Deus realmente escreve o certo por linhas tortas, Ele trabalha na nossa vida, sem que nem se quer saibamos, e os resultados é que são plausíveis aos seus olhos.

Após 90 dias de Cárcere, no dia vinte e nove de fevereiro retornei para casa e a minha sensação foi de morte, porque todas as pessoas que falavam comigo pessoalmente, ou por telefone choravam muito, é como se eu tivesse morrido e retornado à vida. Outra sensação foi a de perceber que todas as pessoas se afastavam de mim propositalmente. Verdadeiramente eu sentir na pele o poder que o Cárcere tem de afastar e dividir as pessoas.
A única forma de suplantar tamanha dor é tentar se readaptar, e para isso tem que buscar força onde não tem. Infelizmente muitos não conseguem, e entram num quadro de depressão, medo, insegurança e chegam a cometer o suicídio. Porém, se existir um objetivo claro e uma identidade própria, por mais que haja o sofrimento será possível vencer e superar todos os traumas advindos do pós-cárcere.

Hoje o livro que eu nem pensei em escrever: “O Escolhido não tem Escolha”, está sendo lançado, e a primeira tiragem já conta com 50.000 exemplares. As pessoas que não conheciam a minha história, hoje podem ler sobre a minha vitória. Sabemos que foi um escândalo muito grande, mas a repercussão do lançamento deste livro será muito maior. Atualmente estamos solidificando e expandindo o RAL BANK, para viabilizar o projeto de criar a maior instituição cristã financeira do mundo. As igrejas que antes não tinham linhas de crédito direcionadas, agora terão. As instituições de caridade, que antes não tinham como levantar crédito em bancos, agora terão. Aquelas instituições Carismáticas que vivem de doações, que não tinham como pagar uma prestação para melhorar as suas instalações, agora passarão a ter através do RAL BANK. Por isso, que não devemos menosprezar nada nessa vida, pois não sabemos o que seremos amanhã.
A prisão não muda o caráter de um homem!!